Máscaras

9 de ago. de 2015


Tenho “medo” de pessoas boazinhas demais. Sei que minha constatação pode soar preconceituosa, ou parecer rasa, mas das experiências que tive até hoje nunca me mostraram motivos para pensar diferente.
Desconfio das pessoas que sempre querem mostrar ao mundo como são boazinhas, meigas e inocentes. Aquelas que sempre estão com um arzinho de riso no rosto, e prontas para te dar um elogio (mesmo quando tu não és merecedor). Normalmente estes sujeitos posam também de “bons samaritanos”, e se mostram sempre dispostos a ajudar. Do “alto” de sua bondade acreditam que são insubstituíveis (imagine... onde irão encontrar alguém tão disposto e bonzinho quanto elas?).
Não consigo acreditar em um sujeito que nunca sai dos trilhos, que goste sempre de tudo e de todos. Uma pessoa que só tem um lado bom, que é só doçura, que é só ternura, não se irrita nunca, que nunca acorda de mau-humor, que não passa por momentos de insatisfação, que nunca está indisposto... Desculpe-me, mas esse sujeito simplesmente não existe! 
E aí é que entra o “medo” que tenho dessas pessoas. “Medo” não é exatamente a palavra, e por isso uso aspas, na verdade eu simplesmente não consigo confiar, e nem mesmo gostar de pessoas assim. Sabe aquele sentimento comumente definido pela expressão popular “fico com o pé atrás”, pois bem é o que me toma diante das pessoas muito boazinhas. Para mim, elas podem sustentar suas personagens por um determinado período (e por vezes por um longo período diga-se de passagem), mas uma hora ou outra a máscara caí e a personagem morre, a bondade desaparece e aí sim o sujeito de fato se apresenta.
Um dia quem sabe ainda venha a conhecer alguém que de fato seja assim, uma pessoa verdadeiramente boazinha, mas até o momento as máscaras sempre acabaram caindo ao longo do trajeto. Sou adepta da transparência, do equilíbrio, e do sair dos trilhos de vez em quando... prefiro conviver com pessoas reais, de carne e osso, com qualidades e defeitos, que não sejam só felicidade e só bondade, e que as vezes (assim como eu) também tem seus dias “p. da vida” e seus momentos “to p. da cara”. E por fim como já disse Martha Medeiros “Tem hora que é imprescindível chutar o balde. Tem hora que é fundamental deixar a verdade nua e crua vir à tona”.

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